PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

14ª AULA - DATA: 28/08/13

INICIANDO A CONVERSA

A leitura deleite quem fez foi a Antonia e a história escolhida foi Chapeuzinho Vermelho e o Lobo, só que agora contada a partir da visão do lobo. Autor: Celso Antunes.
Eu não conhecia e gostei bastante, uma vez que o final da história nos remete a repensarmos muita coisa, inclusive a nossa prática docente. Estou certa que muitas vezes só enxergamos um lado da história -  e nem sempre é o lado daquele aluno que aprende de um jeito diferente do convencional. Por isso é importante rever nossos métodos e,  melhor ainda, é rever as atividades que estamos veiculando e nos perguntarmos: Será que estão despertando o interesse daquele aluno? O quanto essas atividades estão realmente atingindo o conteúdo que desejamos? E as habilidades que estamos requerendo naquele momento? E assim por diante. Por esses e outros n motivos recomendo leiam a dita versão da história.

                                   Chapeuzinho Vermelho e o Lobo
        A  mesma história, agora entretanto contada a partir da visão do lobo
.
 Todas as crianças pequenas, já ouviram a história da chapeuzinho vermelho, bem, sempre contada na visão de chapeuzinho, e se o lobo tivesse direito ao seu relato? Como seria? Comentem. Ultimamente tenho lido alguns livros e achei essa espetacular versão em um livro de ''Celso Antunes'' que ''contextualiza nosso cotidiano escolar'', o nome Casos, Fábulas, Anedotas ou Inteligências, Capacidades, Competências. da Editora Vozes. Confira:
 - Pois é! Estava eu em minha casa, pois como sabem a mata é a única casa que tenho, quando vi uma menina branquela e com horroroso chapeuzinho vermelho caminhando com displicência e levando uma sacola debaixo do braço. Pensei: - Puxa, bem que será capaz de atirar copos e garrafas plásticas sem cuidado na minha mata e é meu dever adverti-la para que tenha cuidado e respeito ao meio ambiente. E, assim pensando, dirigi-me a garota. Esta, entretanto, ao me ver gritou horrorizada:
   - Meu Deus! Meu Deus! Um terrível lobo. E, em desespero, nem deu tempo para explicação e saiu correndo em disparada.
   Fiquei sinceramente ofendido, magoado mesmo, mas refleti: ''É ainda uma criança, nada sabe sobre a beleza animal e de nada adiantará meus ecológicos conselhos. Deduzindo que por certo iria até a casa da velhota lá perto do riacho, cortei caminho e me antecipei, tentando argumentar com sua avó adulta. Foi inútil. Esta, ao me ver, gritou com igual horror e já ia avançando sobre a espingarda, quando em último recurso, tive que devorá-la. Aí pensei: ''Se a garota chega e me encontra em meus trajes habituais, por certo vai continuar a me ofender e não me dará ouvidos''. Foi por esse motivo que, depressa, vesti as roupas da velha e cobri-me, deitado em sua cama.
   - Pois não é que a menina, assim que me viu e pensou ser a avó, continuou sua sessão de ofensas e desmoralizações. Foi logo dizendo:
   - Meu Deus, vovó, como seus olhos estão horrorosos...
   Essa dura crítica mexeu com minha auto-estima e ofendeu-me até a última gota de sangue. Sei que não tenho os olhos de Brad Pitt, mais ainda assim lutei contra a revolta e com doçura, argumentei:
  - São para melhor enxergá-la, meu amor...
   Foi inútil essa demonstração de afeto. A garotinha continuou a escandalizar meus ouvidos, minha respiração, meus sentimentos, até o limite máximo da tolerância, quando esmagado por tantas ofensas devorei-a também.
   - O final da história vocês conhecem... veio o caçador, abriu-me a barriga, salvando chapeuzinho e a avó e aqui me largando ensanguentado e a morte. Tudo em nome da ecologia! Não é um absurdo?

 Somos sempre bombardeados com apenas um lado dos fatos, enquanto deveríamos entender sempre os dois lados dos fatos e não apenas os lados como também, o verso e o reverso, o avesso do avesso, para melhor compreender as coisas.

 Em seguida, iniciamos a nossa aula sobre Ortografia com a Elisabete Pimentel - Bete,  nos perguntando quais motivos imaginamos que sejam as causas dos erros ortográficos na escrita.. Lembramos da  relação que estabelecemos na escola entre fala e escrita, da variedade linguística e das irregularidades ortográficas.

Todo o assunto foi discutido a partir de exemplos que a Bete colocou no telão para nossa análise, tendo em vista diferentes hipóteses de escrita e modos de intervenção.
Desde o primeiro momento, Bete deixou claro que é importante pontuar o que o aluno sabe e o que não sabe, para depois iniciar o trabalho que chamamos de ortografia.
É interessante como nós educadores vamos adaptando a nossa fala no decorrer da alfabetização da criança. A princípio fazemos questão de dizer que escrevam como falam. Aliás pedimos que ouçam a sua voz e reproduzam igualzinho na escrita. Essa é a fase inicial da escrita. Mas tão logo consolidam os saberes e estão alfabéticos, mudamos radicalmente o nosso discurso e daí dizemos que a escrita não é exatamente a expressão da fala. O som  se percebermos não é exatamente igual. Escrevemos de um jeito diferente do que falamos. Com certeza, entre tantas crianças, algumas vem com uma variação linguística. E quando essa variação troca um L pelo R como saLgado por saRgado fica difícil explicar, ou melhor corrigir a escrita diferente da fala. Torna nosso trabalho uma operação hercúlea.
Fomos orientadas desde muito cedo a lidarmos com os erros ortográficos na tentativa de eliminá-los ou então abrandá-los e, para isso, temos que criar situações para tirar dúvidas e jamais deixar que se acumulem, sob pena de ver nossos próprios erros se automatizando.
  "Quem não cria oportunidades de reflexão sobre as dificuldades ortográficas do idioma não pode nunca exigir que o aluno escreva certo", ensina Morais em seus livros de formação.

Assistimos nessa aula o Vídeo Como é que se escreve ? Entendendo o erro ortográfico, do Programa Ler e Escrever e realizamos alguns exercícios de reflexão sugeridos pelo professor do vídeo:.

As frases ditadas propostas foram:

Afatiba bebo fape
Nós escrevemos de jeitos diferentes, confundimos alguns sons.
A criança que se alfabetiza ainda não criou o “dicionário mental”, daí é mais difícil escrever de acordo com as normas ortográficas.
Nós fizemos as mesmas trocas que crianças costumam realizar: t/d, b/p

Zambão sarrega o chapequinho

Esta frase não teve diferenças nas escritas das professoras.
 Há um conjunto de regras ortográficas já conhecidas.

Maria limpou o jamoso peixaral.
Usamos regras internalizadas e não trabalhadas na escola: sufixos usam “oso”, coletivos terminam com L.


             E  por falar em irregularidades ortográficas... assista o vídeo
                                       Vídeo com aula da Profª Irene




  Manuseamos ainda alguns livros de uma mesma coleção que a Bete nos trouxe para discutirmos propostas e classificarmos as regras ortográficas.



 O livro Construindo a Escrita - Gramática. Ortografia, foi escaneado e está disponível em um álbum.. Clique e veja.


Foi sugerido pela Bete um trabalho com ortografia que está disponível no Ler e Escrever 3º ano - volume 2 Releitura com focalização pag 67 e  Ditado Interativo pag 65





















Analisamos ainda algumas propostas com dígrafos, encontros consonantais e outras regras ortográficas. Por tudo e isso e a nossa prática diária de sala de aula, podemos afirmar que a  aprendizagem da ortografia não é uma tarefa simples, que a criança domina com a mera exposição à língua escrita. Temos observado que nem sempre consegue abstrair os princípios da norma adequadamente. Algumas vezes falta até vocabulário. A criança, no seu mundo familiar, nem sempre tem o privilégio de conhecer a língua culta. Mas a tarefa da escola, do professor, ensinar a escrita correta. O professor deve acompanhar de perto os avanços dos alunos. Deve propor atividades que mostrem os casos mais frequentes, as regularidades pelo menos, para depois, num segundo momento, apresentar as exceções, que bem sabemos são muitas.
De qualquer forma, a convenção que unifica a escrita das palavras em Língua Portuguesa exige algum esforço para ser compreendida. Observe abaixo os casos mais freqüentes, seguidos de exemplos práticos.
Regulares — São as palavras cuja grafia podemos prever e escrever, mesmo sem conhecê-las, porque existe um "princípio gerativo", regra que se aplica à maioria das palavras da nossa língua. As correspondências regulares podem ser de três tipos:
Diretas — Inclui a grafia de palavras com p, b, t, d, f e v (exemplo: pato, bode ou fivela). Não há outra letra competindo com elas, mas é comum a criança ter dificuldade para usá-las por causa do pouco conhecimento da pronúncia.
Contextuais — A "disputa" entre o r e o rr é o melhor exemplo desse tipo de correspondência. A grafia que devemos memorizar varia em função do som da letra. Por exemplo: para o som do "r forte", usamos r tanto no início da palavra (risada), como no começo de sílabas precedidas de consoante (genro). Quando o mesmo som de "r forte" aparece entre vogais, sabemos que temos que usar rr (carro, serrote). E, quando queremos registrar o outro som do r, que alguns chamam de "brando", usamos só um r, como em careca e braço. Essa variedade explica por que, a princípio, as crianças têm tanta
dificuldade.
Morfológico-gramaticais — Nesse caso são os aspectos ligados à categoria gramatical da palavra que estabelecem a regra com base na qual ela será escrita. Por exemplo: adjetivos que indicam o lugar onde a pessoa nasceu se escrevem com esa (francesa, portuguesa), enquanto substantivos derivados se escrevem com eza (certeza, de certo; avareza, de avaro). Na maioria dos casos essas regras envolvem morfemas (partes internas que compõem a palavra), sobretudo sufixos que indicam a família gramatical.
Irregulares — Não há regras que ajudem o estudante a escrever corretamente. A única saída é memorizar a grafia ou recorrer ao dicionário. Elas se concentram principalmente na escrita:
• do som do s (seguro, cidade, auxílio);
• do som do j (girafa, jiló);
• do som do z (zebu, casa);
• do som do x (enxada, enchente);
• o emprego do h inicial (hora, harpa);
• a disputa entre e, i , o e u em sílabas átonas que não estão no final de palavras (seguro, tamborim);
• ditongos que têm pronúncia "reduzida" (caixa, madeira, vassoura etc.).
Uma forma muito comum de enfrentar uma dúvida na hora de escrever é não solucioná-la, substituindo a palavra que nos é difícil por um sinônimo", exemplifica Slomp. "Com isso, o problema imediato se resolve, mas chega um momento em que essa saída não é mais possível." Ele também lembra um hábito quase natural de decidir a grafia de certas palavras apresentando duas versões (pretenciosa/pretensiosa, por exemplo) para chamar a atenção para o contraste e obter, de memória, a grafia correta. "Desconheço a origem desse método de resolução, mas acredito que ele não provém de nenhuma teoria clássica sobre o conhecimento", relativiza Slomp, levantando uma questão para ser pensada por todo professor.  Texto adaptado do livro Ortografia: Ensinar e Aprender, de Artur Gomes de Morais.



Destacamos a seguir, a título de exemplificação, uma  sequência de atividade  para regularidade ortográfica R e RR:
das palavras com um R e outra coluna com o uso do dígrafo RR.
O grupo deve pensar se existe alguma regra que ajude a perceber se devemos escrever com um R ou com o dígrafo RR.
• Dividir as crianças em grupo: Solicitar que elas listem algumas palavras que possuam a letra R.
Pedir às crianças para separar as palavras que listaram em duas colunas: uma coluna
Sequência criada e desenvolvida no âmbito do Projeto de Pesquisa “O tratamento dado à ortografia nos livros didáticos relativos ao componente curricular Língua Portuguesa
aprovados no PNLD de 2007 e no PNLD de 2010 e os impactos na prática do professor das séries iniciais” (FACEPE/CNPq).
Adaptação: Ana Catarina dos Santos Pereira Cabral
Ana Cláudia Rodrigues Gonçalves Pessoa
Cynthia Cybelle Rodrigues Porto
Aplicação: Cynthia Cybelle Rodrigues Porto
Escola: Poeta Solano Trindade

Objetivos:
• Refletir sobre os sons do R em diferentes posições nas palavras.
• Elaborar e reformular hipóteses para o uso do R ou do dígrafo RR.
• Compreender a regra para o uso do R ou do dígrafo RR.

 1º MOMENTO:
     unidade 03 37 
 
2º MOMENTO:
• Ouvir a opinião de cada grupo.
• Registrar no quadro branco tudo que as crianças disserem.
• Distribuir, para cada grupo, algumas palavras que deverão ser anexadas em um quadro conforme apresentado abaixo:
Sugestão de lista de palavras: Rei, rosa, remo, rainha, rico; carro, carretel, marreta,
corrente, ferro; máscara, tubarão, parede, barata, cadeira; martelo, porta, perto, Marta,
Marte; livro, criança, sombrinha, primo, prego.
RATO CARROÇA CARROÇA CARTA TREM
• Verificar se as hipóteses que eles levantaram sobre o uso do R/RR , que estão listadas no quadro, se encaixam para todas as palavras
 
 3º MOMENTO
• Pedir que as crianças observem a sequência de palavras e circulem a letra R.
• Responder à questão: o que têm em comum as palavras que estão na mesma coluna?
• Confrontar as hipóteses iniciais dos alunos com as conclusões desse momento.



4º MOMENTO
• Solicitar que verifiquem se o som do R é o mesmo em grupos diferentes (Rato e Carroça têm o mesmo som) e o porquê de
serem escritos de forma diferente.
• Solicitar que pintem as letras que vêm antes e depois do R.
Complementar as hipóteses já levantadas anteriormente com as levantadas nesse momento. Fazer os alunos perceberem que é o contexto de aparecimento do R que determina a escrita deste.



 5º MOMENTO
• Realizar um ditado de palavras em grupo. Os alunos deverão discutir a escrita da palavra e posteriormente escrever.
• Realizar a correção do ditado e aproveitar para refletir sobre a escrita delas.


 6º MOMENTO
• Listar as conclusões (regras) formuladas pelos alunos sobre o uso do R/RR em uma cartolina e deixar afixada na sala de aula



APROFUNDANDO O ASSUNTO

Postamos em seguida o material que a Elizabete Pimentel utilizou para a nossa aula sobre Ortografia. Tem diversas atividades para trabalhar, tanto com as regularidades, como as exceções da nossa língua. São sugestões para nos auxiliar nesse trabalho persistente que é o ensino das convenções da escrita. Evidente que, além da ortografia, muitas outras competências estão em jogo no trabalho com a linguagem.

                                  Ensino de Ortografia - Elizabete Pimentel (pdf)

13ª AULA - DATA: 21/08/13

INICIANDO A CONVERSA

Leitura deleite - Pai contra mãe - Machado de Assis



O conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, publicado em 1906, ambienta-se no Rio de Janeiro do século XIX antes da abolição da escravatura, que serve de pano de fundo para a narrativa, não se configurando, porém, como a questão principal. O pensamento predominante chega a ser maquiavélico, com destaque para a “coisificação” do ser humano e, capitalista, à medida que trata os escravos como mercadorias.


Nós, professoras do grupo dos 3ºs anos ( aqui conhecidas como Ano 3 - material PNAIC),  começamos analisando algumas sondagens com produções textuais e,  também, as descrições dos saberes contendo as hipóteses de escrita do 1º trimestre. Optamos por começar  pela minha turma em função da disponibilidade do material naquele momento. Fomos discutindo alguns pontos essenciais para considerarmos nas avaliações trimestrais e, principalmente no final de ano.
Inicialmente nos questionamos se sempre iremos agrupar as crianças e criar níveis de saberes, tendo como principal referência às hipóteses de escrita? Daí passamos a olhar as sondagens e buscamos entender o porquê de algumas crianças apresentarem avanços e outras não. Algumas com mais dificuldades e outras com menos. 
O fato é que existe uma grande discrepância na turma, principalmente quando se trata de produções textuais. Nas produções textuais que comparamos - um pequeno grupo avança lentamente e muito pouco em relação ao grupo maior.
Outro ponto que percebemos e analisamos é a escrita de palavras - sempre muito mais fácil para todos em geral. Mas quando se fala de texto fica difícil a construção de frases, o desenvolvimento dos elementos textuais - uso de conectivos, a não repetição dos mesmos, enfim, saber construir uma frase coerente.E quando começamos a entrelaçar escrita e leitura percebemos que uma colabora com a outra... mas como dar conta das duas com equilíbrio? Geralmente a nossa tendência é hiper valorizar a escrita. Talvez por conta das questões ortográficas - sempre em vias de resolução (?)
    
TAREFA PARA CASA/SALA


Vamos agora observar os saberes e, em seguida, as produções textuais já com a tabela/ apuração da quantidade de alunos por Hipóteses de escrita.                                

DESCRIÇÃO DOS GRUPOS DOS SABERES 1ºTRIM  2013 - 3º ANO A
COMPONENTE CURRICULAR; LÍNGUA PORTUGUESA

GRUPO I
Escreve ortograficamente as palavras ditadas com algumas trocas de letras e/ou sílabas, geralmente  dígrafos e/ou encontros consonantais; Apresenta grafia legível, mas o traçado da escrita cursiva necessita aprimoramento;  Produz textos curtos a partir de uma sequência de figuras ou de um tema proposto. Ordena e articula  as idéias adequadamente, obedecendo  uma  lógica  de acontecimentos e mantém o foco  principal, mas sem inovar; Reconta e reescreve histórias lidas ou ouvidas só com as ideias principais, Utiliza letra maiúscula no início das frases e deixa o parágrafo inicial, mas só quando avisado. Geralmente escreve sem a preocupação de pontuar ou acentuar, mas o ponto final, por vezes, aparece;  Observa-se um  crescente interesse em tirar dúvidas de ortografia com a professora; Lê com certa fluência pequenos textos.Interpreta os textos lidos e localiza informações específicas. Participa de conversas  coletivas e faz comentários relevantes.
         
GRUPO 2
Escreve ortograficamente as palavras ditadas, mas comete, com  certa frequência, trocas e/ou omissões de letras e/ou sílabas com sonoridade semelhantes. Apresenta grafia legível, mas o traçado da escrita cursiva necessita aprimoramento; Produz  pequenos textos com frases curtas a partir de um a ou mais imagens. Observa a sequência de idéias e procura manter o foco principal, mas precisa de alguma orientação;Localiza informações solicitadas em textos curtos através de estratégias próprias.Interpreta  os textos lidos e busca informações específicas, mas precisa de orientação.Lê  com certa dificuldade.Expõe suas idéias nas conversas coletivas quando convidado.Faz perguntas pertinentes aos temas abordados em sala de aula.
GRUPO 3
Escreve as palavras ditadas  alfabeticamente desde que sejam palavras com sílabas simples. Embora reconheça o valor sonoro das sílabas, apresenta, com bastante frequência, trocas fonéticas, omissão de sílabas - tanto no início como na terminação das palavras; a maior parte são sílabas complexas, por desconhecer a grafia das mesmas; Escreve com letra bastão – traçado nem sempre legível.Escreve frases  a partir de uma sequência de  figuras, da mesma forma que lê, atribuindo algum valor sonoro, oscilando entre a hipótese de escrita silábico-alfabética à alfabética, só que foge do foco principal e/ou não observa a sequência de idéias – sempre precisa de ajuda;A maior parte das palavras escreve de forma aglutinada ou segmenta-as inadequadamente;Nem sempre observa a delimitação do espaço para o registro escrito. Lê com bastante dificuldade fragmentando as palavras. Ouve os textos lidos pela professora ou por colegas e, por vezes, reconta algumas partes da história; Só realiza atividades de entendimento e interpretação com ajuda.  Algumas vezes expressa suas idéias para o grupo, nem sempre com clareza. Precisa da interferência da professora.
GRUPO 4
Escreve as palavras ditadas oscilando entre a escrita silábica sem valor e a silábica com valor.  Escreve frases  a partir de uma sequência de figuras, da mesma forma que lê: por vezes silabicamente – atribuindo algum valor sonoro – nem sempre corretamente; outras vezes a hipótese de escrita que aparece é pré-silábica. Aglutina e/ou segmenta as palavras indevidamente. Ainda confunde-se na escrita de algumas  letras do alfabeto e também, na sua ordem sequencial . Consegue associar figuras às palavras que as nomeiam, utilizando estratégias próprias, como a identificação sonora e visual da primeira letra e/ou sílaba de uma dada palavra/imagem. Lê a maioria das letras do alfabeto, algumas sílabas e palavras que sabe decor. Reconta histórias com ajuda da professora, mas omite trechos que comprometem a compreensão da totalidade. Possui certa dificuldade para expressar as suas ideias mas, algumas vezes, faz comentários apropriados.

Agora, após refletirmos a respeito dos saberes do 1º trimestre, vamos efetuar uma observação mais pontual nessas produções de texto, que ora intitulamos "Cena Fantasma".
São 18 produções textuais escritas pelos alunos sem que precisássemos fornecer informações extras, uma vez que a imagem, por si só é explicita. . Apenas àqueles que ainda estão no nível de escrita Sílábico com valor sonoro - SCV ou em transição para o Silábico-Alfabético é que receberam alguma ajuda mais específica, para poderem escrever seus textos. Isto porque, conforme já dito antes, a formação de frases requer um nível de escrita um pouco mais refinado do que a escrita de uma ou duas palavras. Por isso, as crianças que ainda não lêem/escrevem com autonomia precisam aprender a utilizar elementos de coesão, para que possam formar frases com um certo balanço. As palavras precisam fazer sentido e ter coerência. Tudo isso, aos poucos, com o aumento de vocabulário que a leitura proporciona, possibilitará que o aluno aprimore sua linguagem escrita. 
                                      
 PRODUÇÕES TEXTUAIS -  CENA : FANTASMA


Este quadro que postamos em seguida, se atentarmos para a coluna de 02/7 - Textos Fantasma, podemos acompanhar o nível de escrita que cada criança apresenta. Inclusive pode-se avaliar como está o crescimento de cada um em relação à avaliação inicial e do 1ª trimestre. Na verdade esse nível de conhecimento da escrita é apenas um guia para que possamos reajustar nosso planejamento e propor atividades mais especificas para que possam aprimorar a escrita alfabética, quando já estiverem chegado lá é claro.
Ao acompanharmos a evolução do aprendizado do aluno pelos níveis de conhecimento da escrita, estamos apenas enfatizando um dos aspectos que compõem o processo de alfabetização. Aliás esse aspecto é significativo, principalmente, para que possamos preparar atividades de alfabetização mais pontuais, ao encontro daquilo que a criança precisa para crescer na alfabetização de uma maneira geral. E, para os que já estão alfabéticos, um dos caminho para aprimorarem a escrita é através de atividades ortográficas.                                            
                                         
                              
Ao agruparmos o total de alunos por níveis de conhecimento de escrita, teremos a seguinte posição, que pode ser observada e analidade através da tabela postada a seguir:
                                                            TOTAL DE ALUNOS POR  NÍVEL DE CONHECIMENTO DE ESCRITA

FEVEREIRO


MARÇO


JULHO

NÍVEIS DE

ESCRITA

LEGENDA

DIAG.

INICIAL


1º TRIM

PRODUÇÃO

TEXTO FANTASMA

ORTOGRÁFIC

NÍVEL 1



3


4


6

ALFABÉTICO

NÍVEL 2



5


4


5

SILÁB-ALFAB.

NÍVEL 3



6


7


4

SILÁB. CVS

NÍVEL 4



8


7


3

TOTAL DE ALUNOS POR

SOND./NÍVEL





22



22



18
        OBS:  FALTARAM 4 ALUNOS NO DIA DA PRODUÇÃO DE TEXTO FANTASMA
                   TEM 1 ALUNO EM PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA - TE

 Mesmo considerando os alunos que faltaram na produção textual do fantasma, observa-se que a quantidade de alunos ortográficos/alfabéticos está crescendo na mesma proporção que os silábicos-alfabéticos e silábicos com valor estão regredindo. Isto é sinal de que o planejamento e execução de atividades estão no caminho adequado.  Mesmo assim, necessário se faz rever e reajustar o planejamento semanal. É preciso nesse momento propor mais atividades que possam refinar a ortografia dos níveis 1 e 2 - ditos ortográficos e alfabéticos. Esses também precisam ser alvos de nossa preocupação. Junto com isso, vamos continuar efetuando intervenções pontuais em nossa prática pedagógica para que os demais níveis continuem crescendo tanto na leitura, quanto na escrita, em especial na produção de textos. Evidentemente que a rotina semanal não é só isso, mas teremos que colocar algumas prioridades. 
O principal objetivo do 3º ano de alfabetização é levar as crian~ças a consolidarem seus conhecimentos das correspondências som-grafia, de modo a ler e a escrever palavras formadas por diferentes estruturas silábicas, dando continuidade ao trabalho, sipostamente desenvolvido no ano 2 em relação a esse aspecto.Em vista disso, devemos ter claro que, as práticas de sala de aula que envolvem leitura e produção de textos, devem ser orientadas no sentido de levar a criança a compreender que, o que se escreve e a forma que se usa ao escrever, estão diretamente relacionados ao efeito que o texto procura produzir no leitor, ou seja, a sua finalidade.
Embora acreditemos que a reflexão sobre tais princípios deve ser aprofundada no ano 1, não é difícil encontrarmos situações em que o professor se depara com alunos que chegam ao ano 3 sem o domínio inicial do SEA. Nesse sentido, é importante desenvolver estratégias de trabalho que possibilitem o avanço dessas crianças, a fim de que, ao término do ano, estejam, pelo menos, no nível alfabético de escrita e tenham aprendido muitas das correspondências letra-som de nossa língua. Diversos fatores ou um conjunto deles podem fazer com que o aluno chegue ao ano 3 em um nível de escrita pouco avançado. Podem ser citadas causas como a falta, nos anos anteriores, de ensino sistemático da escrita alfabética ou a falta de um ensino ajustado às necessidades do estudante nos anos 1 e 2 do Ensino  Fundamental. O professor, insistimos, precisa ser um facilitador do processo de apropriação do SEA. É importante que ele diagnostique o que a criança já sabe sobre a escrita e que saiba o que fazer para desenvolver uma metodologia de ensino para propiciar o avanço do pequeno aprendiz.
A discussão mais relevante, entretanto, não deve ser acerca da presença ou ausência do ensino, mas sobre como as correspondências letra-som podem ser ensinadas de forma reflexiva e prazerosa.Concebemos que a aprendizagem é um processo de construção do conhecimento, ocorre através de conflitos interiores estabelecidos pelo indivíduo, tanto quando escreve sozinho (atividades individuais) como quando escreve em interação com os demais (atividades em pequenos grupos, em duplas ou feitas coletivamente).
Nessa perspectiva, o professor entra como mediador do processo de aprendizagem, tendo por responsabilidade a organização de atividades que levem o aprendiz a refletir e, assim, compreender os princípios do SEA, a partir de suas descobertas e conflitos.  

12ª AULA - DATA:14/08/13

INICIANDO A CONVERSA

Iniciamos a nossa aula com a Leitura Deleite Façanhas do Zé Burraldo”, de Ricardo Azevedo, feita pela  Rosa Maria, nossa colega de turma e também foi quem me apresentou  esse livro: "Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhõesuma vez  que 
gostamos de trabalhar com esse mesmo autor e, também, tivemos a oportunidade de ler para as crianças, num passado recente,  algumas dessas narrativas com personagens do tipo "paspalhões", que divertem e muito a criançada. Nas palavras do autor: "Construí “Façanhas do Zé Burraldo” com base em vários episódios populares avulsos – o caso do poço, o roubo do burro, o burro que descomia dinheiro, a anedota do teatro e o caso do “adivinho” que culmina com o enterro do herói que pensa ter morrido –, que fui recolhendo aqui e ali mas que, por si só, não formavam um enredo com começo, meio e fim",


Após a leitura para deleite combinamos de apresentarmos nossos portfólios nos dias 18 e 25 de setembro próximos.
Em  seguida passamos a discutir a respeito das diferentes hipóteses de escrita que aparecem quando vamos escrever os saberes da nossa turma na escola.Fizemos a análise de algumas tabelas trazidas por algumas colegas e nos questionamos a respeito dos objetivos que colocamos para cada ano, em relação às hipóteses de escritas e produções de texto. Percebemos que corremos um grande risco se focarmos somente na escrita no trabalho inicial. Mas como dar conta da escrita de texto e do trabalho com leitura desde o primeiro ano?  Que tipo de atividades podem favorecer o crescimento da linguagem escrita e também da leitura? Isso nos leva a rever a nossa rotina semanal e, indo mais além, o nosso  planejamento semanal.
Percebi a necessidade de aumentar os espaços de tomada de leitura dos alunos e comecei a fazer isso quase que diariamente. A princípio começamos pelos textos conhecidos como as parlendas, trava-línguas mas, como bem disse, são conhecidos e daí que não garantem que as crianças realmente estão lendo, uma vez que sabem decor.
Foi então que tive a feliz ideia de utilizar a coleção MICO MANECO da Ana Maria Machado. Não é a primeira vez que lanço mão dessa coleção para trabalhar a leitura e a escrita na fase inicial da Alfabetização. São ao todo vinte livros, agrupados em cinco coleções, que acompanham o leitor à medida que vai apresentando maior domínio da leitura.
As histórias trabalham as famílias silábicas - começam com as sílabas simples e letra tipo bastão e, gradativamente, passam para textos com maior grau de complexidade e letra tipo imprensa. Estes livros fazem da alfabetização um prazer, uma vez que as crianças gostam dos personagens e das próprias histórias.
Isso significa rever a rotina e o planejamento. Para tomar a leitura tendo em vista às sílabas complexas, tenho utilizado a Coleção Mico Maneco da Ana Maria Machado, próprias para a alfabetização e tenho percebido bastante interesse das crianças em ler.
                                                COLEÇÃO MICO MANECO


 São ao todo vinte livros, agrupados em cinco coleções, que acompanham o leitor à medida que  vai apresentando maior domínio da leitura. As histórias trabalham as famílias silábicas - começam com as sílabas simples e letra tipo bastão e, gradativamente, passam para textos com maior grau de complexidade e letra tipo imprensa. Estes livros fazem da alfabetização um momento de leitura prazer, uma vez que as crianças gostam dos personagens e das  próprias histórias.
Voltamos a comentar a respeito dos usos da escrita na escola, só que agora tendo como base a  leitura do texto da Unidade 3 - material PNAIC. Discutimos para quê escrevem e para quem escrevem. Algumas colegas professoras partilharam suas experiências com escritas de cartas, produções de livros, sacolas de leituras,
Nessa aula, ainda começamos analisar a tabela com os saberes de hipóteses de escrita das crianças - 1º trimestre, no sentido de entender como agrupamos as crianças em vista das hipóteses de escrita que apresentam. Vamos retomar na próxima aula.
A nossa Orientadora apresentou uma perspectiva histórica sobre os processos de alfabetização nas décadas de 1970, 1980, 1990 e atual. Resumidamente:
Nos anos 70 a escrita era  como um código.
Nos anos 80 surge a Psicogênese da língua escrita com Ferreiro e Teberosky- a criança constrói algumas hipóteses sobre o SEA antes de entrar na escola. A escrita deixa de ser um código para ser um sistema notacional.
O que são sistemas notacionais?
Assim como a numeração decimal e a moderna notação musical (com pentagrama, claves de sol, fá e ré), a escrita alfabética é um sistema notacional. Nestes sistemas, temos não só um conjunto de “caracteres” ou símbolos (números, notas musicais, letras), mas, para cada sistema, há um conjunto de “regras” ou propriedades, que definem rigidamente como aqueles símbolos funcionam para poder substituir os elementos da realidade que notam ou registram.
Questões importantes para saber como o SEA funciona :1- O que é que as letras notam (isto é, registram)?
Características dos objetos que a palavra substitui (o tamanho, a forma etc.) ou a sequência de partes sonoras da palavra?
2- Como as letras criam notações (ou palavras escritas)?
Colocando letras em função do tamanho ou de outras características do objeto que a palavra designa? Colocando letras conforme os pedaços sonoros da palavra que pronunciamos? Neste caso, colocando uma letra para cada sílaba oral ou colocando letras para os “sons pequenininhos” que formam as sílabas orais?
- É a própria criança que, em sua mente, tem que reconstruir as propriedades do SEA, para poder dominá-lo.
- Nesse percurso, ela tem que compreender os aspectos conceituais da escrita alfabéticae tal compreensão funciona comorequisito para que ela possa memorizaras relações letra-som de forma produtiva,sendo capaz de gerar a leitura ou a escritade novas palavras.
Leal e Morais (2010) e Morais (2012) elaboraram uma lista das propriedades do SEA. Como alfabetizadores, se conhecermos tais propriedades, podemos criar situações e tarefas desafiadoras, que ajudem a criança a dominar cada um desses 10 aspectos.

                                                   DECÁLOGO
1. Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são diferentes de números e de outros símbolos.
2. As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade das mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p).
3. A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada.
4. Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em que distintas palavras compartilham as mesmas letras.
5. Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras podem vir juntas de quaisquer outras.
6. As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem.
7. As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos.
8. As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons poderem ser notados com mais de uma letra.
9. Além de letras, na escrita de palavras, usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem.
10. As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante – vogal), e todas as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal. 

 Já em 1990 intensificam-se os estudos de letramento. Atualmente as discussões giram sobre alfabetizar letrando.

APROFUNDANDO O ASSUNTO

Nas próximas aulas daremos continuidade ao estudo do SEA - Sistema de escrita alfabética  e  para isso vamos refletir sobre o que nossa formadora resumiu:



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