PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

25ª AULA - DATA: 13/11/13

INICIANDO A CONVERSA




A leitura deleite foi feita pela Antonia e o livro escolhido foi um livro da caixa do PNAIC - 2ºs anos  da Marcia Leite intitulado: Feminina de Menina, Masculino de Menino...






Depois da leitura o assunto girou em torno de produção de textos e, retomando o assunto em função das atividades que enviamos, Juliana comentou que trabalhamos com gêneros mas o enfoque principal ainda recai sobre a análise linguística e somos menos enfáticos em outros aspectos como oralidade, produção de texto, etc.
Na escola devemos ensinar produção de textos ou redação? A redação é algo mais livre, mais espontâneo, do tipo... O que fizemos nas férias por exemplo.
Já uma produção implica num gênero específico e assim, além da escrita propriamente dita, temos que dar conta das especificidades do gênero que a atividade propõe.
Fizemos uma rápida análise de um texto bem escrito com coesão, coerência e pontuação.
Mas um fato é consenso: a criança precisa ter contato com diferentes tipos de textos e gêneros pois, só conhecendo é que´poderá seguir para uma produção mais específica.

Fora isso foi discutido alguns aspectos não tão bem esclarecidos sobre a aplicação do ANA que, pelo visto será feita por amostragem, uma vez que alguns fizeram matemática e outros português. Esses aspectos nunca ficam devidamente claros para o professor e penso que até para a escola. Uma avaliação de matemática, a meu ver, deveria ser lida pelo aplicador, uma vez que não está em jogo a leitura... De repente o aluno é ótimo em matemática, mas lê com dificuldade e daí que pode ler equivocadamente...
Juliana comentou que a SME - Campinas tem orientado a escrita dos problemas e críticas, o departamento de Avaliação institucional  tentará resolver os problemas e encaminhará uma síntese das críticas e análises para o MEC e para a Secretária de Educação. Enviar textos das escolas sobre a ANA para sme.avaliacaoinstitucional@campinas.sp.gov.br

TAREFA PARA CASA
Conforme combinado ficamos de entregar uam tarefa contendo uma atividade que terá uma continuidade como sequência didática e depois fazer parte de um projeto didático.
Essa foi a atividade que enviei.Quanto ao projeto está em fase de desenvolvimento.


Retomamos ainda a leitura da Unidade 6 - cada uma ficou de ler do seu ano.
Todos os textos, com especificidades próprias de cada ano, abordam a respeito do trabalho com projetos didáticos e sequências didáticas. Vou postar aqui uma síntese feita pela nossa orientadora de estudos caso alguém se interesse mais detalhadamente pelo tema. 

                                 Síntese Unidade 6 - Projetos e Sequências Didáticas
                                                     por ano de escolaridade




24ª AULA - DATA: 06/11/13

INICIANDO A CONVERSA

A leitura deleite foi feita por mim que li um livro que conheci a pouco tempo, mas já está na minha lista dos preferidos:  VIVIANA, a Rainha do Pijama de  Steve Webb.



 Este é um livro que permite trabalharmos, ao mesmo tempo, diferentes disciplinas, portanto, apropriado para uma Sequência Didática, uma vez que traz informações sobre animais (ciências), sobre os continentes (Geografia e História), sobre o gênero carta e ainda tem uma ilustração maravilhosa. Pode-se explorar, também, um belo trabalho de Artes, com pinturas e até uma encenação teatral.
Mas, nesse momento , como já tinhamos outros projetos em andamento, apenas fizemos a leitura em sala e tiramos cópias de partes do texto para trabalhamos  junto ao texto original.


Em seguida foram apresentados os portfólios da Cris e da Antônia. Foram trabalhos feitos com muito capricho e competência. Gostaria de poder partilhar mais tempo desses trabalhos e poder fazer leituras junto com essas colegas....
Retomamos o Cronograma do curso com algumas datas e atividades já acertadas.
13/11 Entraremos na Unidade 6  - Sequência didática e projetos didáticos
14/11 Enviar resumo (comunicação e pôster)
03/12 Seminário
04/12 Portfólio (fechamento), Projeto didático e Sequência e Amigo Chocolate.

No final da aula discutimos alguns alguns aspectos do Seminário como por exemplo, o tipo de apresentação, duração, local, etc.

Recebemos xerox das algumas orientações gerais sobre as Normas para apresentação de trabalhos no "I SEMINÁRIO DO PACTO NACIONAL PARA A ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA - PNAIC - DAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE CAMPINAS"
e assim, como "reza" essas orientações, teremos que apresentar trabalhos no formato de pôsteres/cartazes, portfólios ou comunicações orais... As apresentações podem ser individuais, em duplas ou trios.


TAREFA PARA SALA/CASA

Eu e a Juliana Garcia combinamos de fazer juntas o pôster e daí que resolvemos comunicar a nossa experiência em sala de aula com os jogos de alfabetização do PNAIC. Como já trabalhamos juntas e apresentamos um trabalho sobre Contos de Fadas e deu muito certo, decidimos partilhar esse trabalho com jogos.
Iniciamos em seguida o debate do tema do próximo encontro, isso graças a minha costumeira curiosidade, que perguntei à nossa orientadora se era para escolhermos entre Projeto didático ou Sequência didática para a nossa próxima e penso que última tarefa, mas a resposta foi a seguinte:


Projeto didático e dentro dele a Sequência didática.
Essa tarefa também pode ser feita em trio ou dupla, mas como já tenho algo em mente e até já coloquei uma atividade em prática - iniciando uma sequência, optei por fazer sozinha.  Em meio a dúvidas sobre a diferença entre projeto e sequência a Juliana comentou que a diferença principal é que podemos focar em um gênero inicial para começar o projeto e dar continuidade com outros gêneros em forma de sequência. O Projeto didático terá que ter um índice:
1. Título, 2. Autora (s), 3. Tema, 4. Objetivo, 5. Turma, 6. Disciplinas e 7. Tempo de duração (com rotina definida). Grosso modo é isso que precisamos começar a fazer ...

APROFUNDANDO O ASSUNTO
Combinamos a leitura e discussão da Unidade 6 para o próximo encontro. Cada qual lê os textos do seu ano. Ano 1 - p. 06 a 37; Ano 2 - p. 06 a 29; Ano 3 - p. 06 a 27.
No decorrer da leitura é para destacarmos 5 pontos importantes: Conceito, o que precisa ser contemplado nessa condução didática, características, etapas e o que deve ser focado

AULA 23 - DATA: 30/10/13

INICIANDO A CONVERSA

A Leitura deleite desse encontro foi:
Texto – “A aldeia que nunca mais foi a mesma" -                        Rubem Alves

  Noite estrelada – Van Gogh 1889



     Era uma aldeia de pescadores de onde a alegria fugira, e os dias e as noites se sucediam numa monotonia sem fim, das mesmas coisas que aconteciam, das mesmas  coisas que se diziam, dos mesmos gestos que se faziam, e os olhares eram tristes, baços  peixes que já nada procuravam, por saberem inútil procurar qualquer coisa, os rostos vazios de sorrisos e de surpresas, a morte prematura morando no enfado, só as  intermináveis rotinas do dia a dia, prisão daqueles que se haviam condenado a si mesmos, sem esperanças, nenhuma outra praia pra onde navegar...
     Até que o mar, quebrando um mundo, anunciou de longe que trazia nas suas ondas coisa nova, desconhecida, forma disforme que flutuava, e todos vieram à praia, na espera... E ali ficaram, até que o mar, sem se apressar, trouxe a coisa e a depositou na praia, surpresa triste, um homem morto...
     E o que é que se pode fazer com um morto, se não enterrá-lo? Tomaram-no então para os preparativos de funeral, que naquela aldeia ficavam a cargo das mulheres; às vezes é mais grato preparar os mortos para a sepultura que acompanhar os vivos na morte em que se perderam ao viver. Foi levado para uma casa, os homens de fora, olhando...
      No corpo morto as algas, os líquens, as coisas verdes do mar, testemunhas de funduras e distâncias, mistérios escondidos para sempre no silêncio de sua boca sem palavras...
      As mãos começaram o trabalho, e nada se dizia, só os rostos tristes... Até que uma delas, um leve tremor no canto dos lábios, balbuciou:
     – “É, se tivesse vivido entre nós teria de se ter curvado sempre para entrar em nossas casas. É muito alto...”
     E todas assentiram com o silêncio.
     – “Fico a pensar em como teria sido a sua voz”, disse uma outra. “Teria sido como o quebrar das ondas? Como a brisa nas folhas? Será que ele conhecia a magia das palavras que, uma vez ditas, fazem uma mulher colher uma flor e a colocar nos cabelos?”
     As outras sorriram, surpresas de memórias que começavam a surgir de profundezas, como bolhas que sobem de espaços submarinos, desejos há muito esquecidos.
     Foi então que uma outra, olhando aquelas mãos enormes, inertes, disse as saudades que arrepiavam a sua pele:
    – “Estas mãos... que terão feito? Terão tomado no seu vazio um rosto de mulher? Terão sido ternas? Terão sabido amar?”
   E elas sentiram que coisas belas e sorridentes, há muito esquecidas, passadas por mortas, nas suas funduras, saíam do ouvido e vinham, mansas, se dizer no silêncio do morto. A vida renascia na morte graciosa de um morto desconhecido e que, por isto mesmo, por ser desconhecido, deixava que pusessem no seu colo os desejos que a morte em vida proibira...
    E os homens, do lado de fora, perceberam que algo estranho acontecia: os rostos das mulheres, maçãs em fogo, os olhos brilhantes, os lábios úmidos, o sorriso selvagem, e compreenderam o milagre: vida que voltava, ressurreição de mortos... E tiveram ciúmes do afogado... Olharam para si mesmos, se acharam pequenos e domesticados, e perguntaram se aquele homem teria feito gestos nobres (que eles não mais faziam) e pensaram que ele teria travado batalhas bonitas (onde a sua coragem?), e o viram brincando com crianças (mas lhes faltava a leveza...), e o invejaram amando como nenhum outro (mas onde se escondera o seu próprio amor?)...
     Termina a estória dizendo que eles, finalmente, o enterraram.
     Mas a aldeia nunca mais foi a mesma...
    Não, não é à toa que conto esta estória. Foi quando soube da morte – ela cresceu dentro de mim. Claro que eu já suspeitava: os cavalos de guerra odeiam crianças; e o bronze das armas odeia canções, especialmente quando falam das flores, e não se ouve o ruflar lúgubre dos tambores da morte. Foi naquele dia, fim de abril, o mês do céu azul e do vento manso. Eu sabia da morte, mas havia em mim um riso teimoso, mais forte que o carrasco, esperança, visão de coisas que eu não sabia vivas. Foi então que me lembrei da história. Não, foi ela que se lembrou de mim, e  veio para dar nome aos meus sentimentos e se contou de novo. Só que agora os rostos anônimos viraram rostos que eu vira, caminhando e cantando, seguindo a canção, risos que corriam para ver a banda passar contando coisas de amor, os rojões, as buzinas, as panelas, sinfonia que se tocava sobre a desculpa de um morto...
     Mas não era isto, não era o morto: era o desejo que jorrava, vida, mar que saía de funduras reprimidas e se espraiava como onda, espumas e conchinhas, mansa e brincalhona...
     Ah! O povo se descobrira, tão bonito como nunca suspeitara...
     Não era raiva.
     Não era azia.
     Nem mesmo fome ou desemprego.
     O bonito foi isto mesmo: que de tantos golpes, de tanta dor, tenham surgido canções, tenha brotado uma flor.
     Lembra-se? Aconteceu na estação da Páscoa...
     A Vida ressurge da Morte.
     Três dias, vinte anos, um século... Não importa...
    Por favor: conte para alguém a estória da aldeia que, depois de enterrar um morto, nunca mais foi a mesma.. Nós...
P.S.: Quase me esqueci de dizer. A estória é de Gabriel Garcia Marquez. Eu só a recontei do meu jeito...

                (Rubem Alves, crônica para o jornal “Folha de São Paulo”, em 19/05/1984)

Eu não estava presente nessa aula, mas as colegas me contaram que leram esse texto por partes,  fazendo comentários a respeito do tema, da composição e da da narrativa.
Fizeram algumas perguntas do tipo:
Onde se passa essa história? Que aldeia é essa? Tem mulheres? É um conto ou uma crônica?
No final do texto Rubem Alves diz que a história é de Gabriel Garcia Marques e apenas recontou. Qualquer semelhança é mera coincidência com o Movimento das Diretas Já e a morte do nosso ilustre Tancredo Neves.
Em seguida analisamos as atividades de planejamento que usamos com diferentes gêneros e listamos a seguir os mais usados nos três anos do ciclo I
1º ano: Cantiga, Bilhte, Lista, Contos, Gráfico, Tabela, Quadrinha e Receita
2º ano: Contos de fadas, Receita, Fábula, Texto oinformativo, Debate, Lista e Teatro
3º ano:  Contos de Fadas, Lendas, Fábulas, Cartas, Ficha Técnica, Diário, Anúncio e Memórias
Em meio as discussões surgiram dúvidas quanto a identificação de gêneros. Quadra de verso, parlenda, poema, poesia.... o que esses textos diferem um do outro?

Outros conceitos também foram relembrados como : Reescrita, reconto oral e refacção.
O conceito de refacção foi trazido pela Gilda, do material da Kátia Smolle, do MATEMA.

Juliana trouxe um slide baseado em texto do prof. Wanderley Geraldi, onde coloca que a produção de textos surge de uma necessidade, em um contexto significativo:
ter o que dizer
ter razão para dizer
ter para quem dizer
assumir-se como locutor, responsabilizando-se pelo seu dizer; escolher estratégias usando linguagem para realizar (gênero, vocabulário, organização textual.)
Já a redação é produzida apenas para a escola a partir de situações artificiais, geralmente presa a modelos rígidos, sem motivação do vivido, sem razão real para justificar o dizer para alguém.
Fica "muito" difícil compreendermos a escola como uma comunidade que produz textos para deleite, análise, comunicação, expressão... Que lê e escreve para si e para o outro e não apenas para exercitar esta ou aquela habilidade...

Pensando nas relações entre a fala e a escrita, a oralidade e o letramento, resolvi postar esses vídeos,uma vez que esse tema, algumas vezes é tratado de forma equivocada.
A distinção entre fala e escrita vem sendo feita na maioria das vezes de maneira ingênua e numa contraposição simplista. As posições continuam preconceituosas para com a oralidade. Por isso, julgamos importante explicitar tanto a perspectiva teórica das abordagens como as noções centrais de oralidade e letramento; fala e escrita, língua; gênero, texto, multimodalidade, interação, diálogo e muitas outras.
                                                        ASSISTAM!!!!
                                          fala - escrita - oralidade e letramento