PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

12ª AULA - DATA:14/08/13

INICIANDO A CONVERSA

Iniciamos a nossa aula com a Leitura Deleite Façanhas do Zé Burraldo”, de Ricardo Azevedo, feita pela  Rosa Maria, nossa colega de turma e também foi quem me apresentou  esse livro: "Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhõesuma vez  que 
gostamos de trabalhar com esse mesmo autor e, também, tivemos a oportunidade de ler para as crianças, num passado recente,  algumas dessas narrativas com personagens do tipo "paspalhões", que divertem e muito a criançada. Nas palavras do autor: "Construí “Façanhas do Zé Burraldo” com base em vários episódios populares avulsos – o caso do poço, o roubo do burro, o burro que descomia dinheiro, a anedota do teatro e o caso do “adivinho” que culmina com o enterro do herói que pensa ter morrido –, que fui recolhendo aqui e ali mas que, por si só, não formavam um enredo com começo, meio e fim",


Após a leitura para deleite combinamos de apresentarmos nossos portfólios nos dias 18 e 25 de setembro próximos.
Em  seguida passamos a discutir a respeito das diferentes hipóteses de escrita que aparecem quando vamos escrever os saberes da nossa turma na escola.Fizemos a análise de algumas tabelas trazidas por algumas colegas e nos questionamos a respeito dos objetivos que colocamos para cada ano, em relação às hipóteses de escritas e produções de texto. Percebemos que corremos um grande risco se focarmos somente na escrita no trabalho inicial. Mas como dar conta da escrita de texto e do trabalho com leitura desde o primeiro ano?  Que tipo de atividades podem favorecer o crescimento da linguagem escrita e também da leitura? Isso nos leva a rever a nossa rotina semanal e, indo mais além, o nosso  planejamento semanal.
Percebi a necessidade de aumentar os espaços de tomada de leitura dos alunos e comecei a fazer isso quase que diariamente. A princípio começamos pelos textos conhecidos como as parlendas, trava-línguas mas, como bem disse, são conhecidos e daí que não garantem que as crianças realmente estão lendo, uma vez que sabem decor.
Foi então que tive a feliz ideia de utilizar a coleção MICO MANECO da Ana Maria Machado. Não é a primeira vez que lanço mão dessa coleção para trabalhar a leitura e a escrita na fase inicial da Alfabetização. São ao todo vinte livros, agrupados em cinco coleções, que acompanham o leitor à medida que vai apresentando maior domínio da leitura.
As histórias trabalham as famílias silábicas - começam com as sílabas simples e letra tipo bastão e, gradativamente, passam para textos com maior grau de complexidade e letra tipo imprensa. Estes livros fazem da alfabetização um prazer, uma vez que as crianças gostam dos personagens e das próprias histórias.
Isso significa rever a rotina e o planejamento. Para tomar a leitura tendo em vista às sílabas complexas, tenho utilizado a Coleção Mico Maneco da Ana Maria Machado, próprias para a alfabetização e tenho percebido bastante interesse das crianças em ler.
                                                COLEÇÃO MICO MANECO


 São ao todo vinte livros, agrupados em cinco coleções, que acompanham o leitor à medida que  vai apresentando maior domínio da leitura. As histórias trabalham as famílias silábicas - começam com as sílabas simples e letra tipo bastão e, gradativamente, passam para textos com maior grau de complexidade e letra tipo imprensa. Estes livros fazem da alfabetização um momento de leitura prazer, uma vez que as crianças gostam dos personagens e das  próprias histórias.
Voltamos a comentar a respeito dos usos da escrita na escola, só que agora tendo como base a  leitura do texto da Unidade 3 - material PNAIC. Discutimos para quê escrevem e para quem escrevem. Algumas colegas professoras partilharam suas experiências com escritas de cartas, produções de livros, sacolas de leituras,
Nessa aula, ainda começamos analisar a tabela com os saberes de hipóteses de escrita das crianças - 1º trimestre, no sentido de entender como agrupamos as crianças em vista das hipóteses de escrita que apresentam. Vamos retomar na próxima aula.
A nossa Orientadora apresentou uma perspectiva histórica sobre os processos de alfabetização nas décadas de 1970, 1980, 1990 e atual. Resumidamente:
Nos anos 70 a escrita era  como um código.
Nos anos 80 surge a Psicogênese da língua escrita com Ferreiro e Teberosky- a criança constrói algumas hipóteses sobre o SEA antes de entrar na escola. A escrita deixa de ser um código para ser um sistema notacional.
O que são sistemas notacionais?
Assim como a numeração decimal e a moderna notação musical (com pentagrama, claves de sol, fá e ré), a escrita alfabética é um sistema notacional. Nestes sistemas, temos não só um conjunto de “caracteres” ou símbolos (números, notas musicais, letras), mas, para cada sistema, há um conjunto de “regras” ou propriedades, que definem rigidamente como aqueles símbolos funcionam para poder substituir os elementos da realidade que notam ou registram.
Questões importantes para saber como o SEA funciona :1- O que é que as letras notam (isto é, registram)?
Características dos objetos que a palavra substitui (o tamanho, a forma etc.) ou a sequência de partes sonoras da palavra?
2- Como as letras criam notações (ou palavras escritas)?
Colocando letras em função do tamanho ou de outras características do objeto que a palavra designa? Colocando letras conforme os pedaços sonoros da palavra que pronunciamos? Neste caso, colocando uma letra para cada sílaba oral ou colocando letras para os “sons pequenininhos” que formam as sílabas orais?
- É a própria criança que, em sua mente, tem que reconstruir as propriedades do SEA, para poder dominá-lo.
- Nesse percurso, ela tem que compreender os aspectos conceituais da escrita alfabéticae tal compreensão funciona comorequisito para que ela possa memorizaras relações letra-som de forma produtiva,sendo capaz de gerar a leitura ou a escritade novas palavras.
Leal e Morais (2010) e Morais (2012) elaboraram uma lista das propriedades do SEA. Como alfabetizadores, se conhecermos tais propriedades, podemos criar situações e tarefas desafiadoras, que ajudem a criança a dominar cada um desses 10 aspectos.

                                                   DECÁLOGO
1. Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são diferentes de números e de outros símbolos.
2. As letras têm formatos fixos e pequenas variações produzem mudanças na identidade das mesmas (p, q, b, d), embora uma letra assuma formatos variados (P, p, P, p).
3. A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada.
4. Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em que distintas palavras compartilham as mesmas letras.
5. Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras podem vir juntas de quaisquer outras.
6. As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem.
7. As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos.
8. As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons poderem ser notados com mais de uma letra.
9. Além de letras, na escrita de palavras, usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem.
10. As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante – vogal), e todas as sílabas do português contêm, ao menos, uma vogal. 

 Já em 1990 intensificam-se os estudos de letramento. Atualmente as discussões giram sobre alfabetizar letrando.

APROFUNDANDO O ASSUNTO

Nas próximas aulas daremos continuidade ao estudo do SEA - Sistema de escrita alfabética  e  para isso vamos refletir sobre o que nossa formadora resumiu:



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