PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

22ª AULA - DATA: 23/10/13

INICIANDO A CONVERSA

                       Iniciamos o nosso encontro semanal com a leitura deleite de uma crônica do Luiz F. Veríssimo . O nariz e outras crônicas, feita pela nossa colega de turma Rosa Maria.


                 Peça Infantil
       Luís Fernando Veríssimo


A professora começa a se arrepender de ter concordado ( ”você é a única que tem temperamento para isto”) em dirigir a peça quando uma das fadinhas anuncia que precisa fazer xixi. É como um sinal. Todas as fadinhas decidem que precisam, urgentemente, fazer xixi.
— Está bem, mas só as fadinhas — diz a professora.
— E uma de cada vez! Mas as fadinhas vão em bando para o banheiro.
— Uma de cada vez! Uma de cada vez! E você, onde é que pensa que vai?
— Ao banheiro.
— Não vai, não.
— Mas tia…
— Em primeiro lugar, o banheiro já está cheio. Em segundo lugar, você não é fadinha, é caçador. Volte para o seu lugar!
Um pirata chega atrasado e com a notícia de que sua mãe não conseguiu terminar a capa.
__Serve uma toalha?
— Não. Você vai ser o único de capa branca. É melhor tirar o tapa-olho e ficar de anão. Vai ser um pouco engraçado, oito anões, mas tudo bem. Por que você está chorando?
— Eu não quero ser anão.
— Então fica de lavrador.
— Posso ficar com o tapa-olho?
— Pode. Um lavrador de tapa-olho, tudo bem.
— Tia, onde é que eu fico?
— Você é uma margarida. Fica ali.
A professora se dá conta de que as margaridas estão desorganizadas.
— Atenção, margaridas! Todas ali. Você não. Você é coelhinho.
— Mas meu nome é Margarida.
— Não interessa! Desculpe, a tia não quis gritar com você. Atenção, coelhinhos! Todos comigo! Margaridas ali, coelhinhos aqui. Lavradores daquele lado, árvores atrás. Árvore, tira o dedo do nariz. Onde é que estão as fadinhas? Que xixi mais demorado!
— Eu vou chamar.
— Fique onde está, lavrador. Uma das margaridas vai chamá-las.
— Já vou.
— Você não, margarida! Você é coelhinho. Uma das margaridas. Você! Vá chamar as fadinhas. Piratas, fiquem quietos!
— Tia, o que é que eu sou? Eu esqueci o que eu sou.
— Você é o sol. Fica ali que depois a tia… piratas, por favor!
As fadinhas começam a voltar. Com problemas. Muitas se enredaram nos seus véus e não conseguem arrumá-los. Ajudam-se mutuamente mas no seu nervosismo só pioram a confusão.
— Borboletas, ajudem aqui! — pede a professora.
Mas as borboletas não ouvem. As borboletas estão etéreas. As borboletas fazem poses, fazem esvoaçar seus próprios véus e não ligam para o mundo. A professora, com a ajuda de um coelhinho amigo, de uma árvore e de um camponês, desembaraça os véus das fadinhas.
— Piratas, parem! O próximo que der um pontapé vai ser anão.
Desastre: quebrou uma ponta da lua.
— Como é que você conseguiu isso? — pergunta a professora sorrindo, sentindo que o seu sorriso deve parecer demente.
— Foi ela!
A acusada é uma camponesa gorda que gosta de distribuir tapas entre os seus inferiores.
— Não tem remédio. Tira isso da cabeça e fica com os anões.
— E a minha frase?
A professora tinha esquecido. A lua tem uma fala.
— Quem diz a frase da lua é, deixa ver… o relógio.
— Quem?
— O relógio. Cadê o relógio?
— Ele não veio.
— O quê?
— Está com caxumba.
— Ai, meu Deus! Sol, você vai ter que falar pela lua. Sol! Está me ouvindo?
— Eu?
— Você, sim senhor. Você é o sol. Você sabe a fala da lua?
— Me deu uma dor de barriga.
— Essa não é a frase da Lua.
— Me deu mesmo, tia. Tenho que ir embora.
— Está bem, está bem. Quem diz a frase da lua é você.
— Mas eu sou caçador.
— Eu sei que você é caçador! Mas diz a frase da lua! Eu não quero discussão!
— Mas eu não sei a frase da lua.
— Piratas, parem!
— Piratas, parem! Certo?
— Eu não estava falando com você. Piratas, de uma vez por todas…
A camponesa gorda resolve tomar a justiça nas mãos e dá um croque num pirata. A classe unida avança contra a camponesa, que recua, derrubando uma árvore. As borboletas esvoaçam. Os coelhinhos estão em polvorosa. A professora grita:
— Parem! Parem! A cortina vai abrir. Todos em seus lugares. Vai começar!
— Mas, tia, e a frase da lua?
— “Boa-noite, sol”.
— Boa-noite.
— Eu não estou falando com você!
— Eu não sou mais o sol?
— É. Mas eu estava dizendo a frase da lua. “Boa-noite, sol.”
— Boa-noite, sol. Boa-noite, sol. Não vou esquecer. Boa-noite, sol…
— Atenção, todo mundo! Piratas e anões nos bastidores. Quem fizer um barulho antes de entrar em cena, eu esgoelo. Coelhinhos nos seus lugares. Árvores para trás. Fadinhas, aqui. Borboletas esperem a deixa. Margaridas, no chão.
Todos se preparam.
— Você não, margarida! Você é o coelhinho!
Abre o pano.


Em seguida conversamos sobre a data para o Seminário do PNAIC e acertamos que no dia 6/11 - próximo encontro decidiríamos se as apresentações serão em duplas, trios ou grupos maiores. A data prevista para o Seminário é 3/12, mas vamos aguardar a confirmação.

Continuamos as apresentações dos portfólios.
Nesse dia foi a vez da Professora Renata, da Professora Gilda e da Professora Mariane; cada uma apresentou um modelo diferente de portfólio, cada qual com seu valor. Muito legais.

A nossa orientadora fez alguns comentários sobre tipos de gêneros textuais: narração, exposição, argumentação e descrição.
Relembramos que gêneros são instrumentos históricos culturais disponíveis nas interações sociais: carta, email etc; exercem diferentes domínios.
Cada área do conhecimento há um predomínio de gêneros.
Por conta disso nos reunimos em duplas ou trios e realizamos as seguintes tarefas:

TAREFA PARA SALA/CASA

A sugestão foi para cada grupo efetuar a escolha de uma esfera ou campo do discurso dentre essas:
  1. Publicitária e escolar
  2. Jornalística
  3. Cientifica
  4. Cotidiano
  5. Artística
  6. Política
A partir da esfera escolhida, enumeramos possibilidades de gêneros para trabalharmos nas ditas esferas.
O meu trio ficou com a esfera científica e daí relacionamos os seguintes gêneros:
 dissertação de Mestrado, teses de doutorado e livre docência, artigos científicos, bulas de remédios, pesquisas e relatórios sobre experimentos, folhetos e cartazes educativos sobre doenças, etc.

A segunda atividade foi para listarmos os gêneros que trabalhamos em sala de aula e
àqueles que gostaríamos de trabalhar.
O meu trio  - 3º ano listou: contos de fadas, fábulas, poesia, Histórias em quadrinhos, textos informativos: notícias e contos de assombração.

Por fim nos foi dada uma tarefa para casa que consistiu em propormos uma atividade pensando em um gênero textual , de maneira que essa atividade pudesse contemplar os seguintes aspectos:

Oralidade
Leitura
Análise linguística e

Produção textual

Nesse momento fiz um comentário sobre uma atividade com o gênero "tirinhas de HQs", que tinha uma das questões sobre ortografia, aproveitando a fala  "elada" do personagem Cebolinha da Turma da Mônica. Nesse caso entraria os saberes dos " erres" com as respectivas regras.  
Esse comentário suscitou uma outra discussão sobre a variação linguística na oralidade que, penso não ter a ver  com a fala do Cebolinha.  Evidente que não podemos ignorar os regionalismos das falas, que existem no nosso país e, nem tão pouco que até uma de nós professora, pode carregar em sua fala uma certa variação. Com certeza precisamos alertar os nossos alunos sobre esse fato, de maneira que respeitem as  diferenças, principalmente na linguagem oral e que isso jamais seja otivo de preconceito em sala de aula.


                                                Vídeos sobre Diversidade Textual









RETOMADA DO ASSUNTO

Sempre no final das aulas costumo postar algum arquivo para aprofundar o tema, mas no caso de Gêneros Textuais já estamos aprofundando há algum tempo, uma vez que já lemos e relemos muitos textos. Mas mesmo assim resolvi postar esse slide por conter informações importantes ....

                                          Gêneros Textuais - resumo Profª Sevane





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