PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

22ª AULA - DATA: 23/10/13

INICIANDO A CONVERSA

                       Iniciamos o nosso encontro semanal com a leitura deleite de uma crônica do Luiz F. Veríssimo . O nariz e outras crônicas, feita pela nossa colega de turma Rosa Maria.


                 Peça Infantil
       Luís Fernando Veríssimo


A professora começa a se arrepender de ter concordado ( ”você é a única que tem temperamento para isto”) em dirigir a peça quando uma das fadinhas anuncia que precisa fazer xixi. É como um sinal. Todas as fadinhas decidem que precisam, urgentemente, fazer xixi.
— Está bem, mas só as fadinhas — diz a professora.
— E uma de cada vez! Mas as fadinhas vão em bando para o banheiro.
— Uma de cada vez! Uma de cada vez! E você, onde é que pensa que vai?
— Ao banheiro.
— Não vai, não.
— Mas tia…
— Em primeiro lugar, o banheiro já está cheio. Em segundo lugar, você não é fadinha, é caçador. Volte para o seu lugar!
Um pirata chega atrasado e com a notícia de que sua mãe não conseguiu terminar a capa.
__Serve uma toalha?
— Não. Você vai ser o único de capa branca. É melhor tirar o tapa-olho e ficar de anão. Vai ser um pouco engraçado, oito anões, mas tudo bem. Por que você está chorando?
— Eu não quero ser anão.
— Então fica de lavrador.
— Posso ficar com o tapa-olho?
— Pode. Um lavrador de tapa-olho, tudo bem.
— Tia, onde é que eu fico?
— Você é uma margarida. Fica ali.
A professora se dá conta de que as margaridas estão desorganizadas.
— Atenção, margaridas! Todas ali. Você não. Você é coelhinho.
— Mas meu nome é Margarida.
— Não interessa! Desculpe, a tia não quis gritar com você. Atenção, coelhinhos! Todos comigo! Margaridas ali, coelhinhos aqui. Lavradores daquele lado, árvores atrás. Árvore, tira o dedo do nariz. Onde é que estão as fadinhas? Que xixi mais demorado!
— Eu vou chamar.
— Fique onde está, lavrador. Uma das margaridas vai chamá-las.
— Já vou.
— Você não, margarida! Você é coelhinho. Uma das margaridas. Você! Vá chamar as fadinhas. Piratas, fiquem quietos!
— Tia, o que é que eu sou? Eu esqueci o que eu sou.
— Você é o sol. Fica ali que depois a tia… piratas, por favor!
As fadinhas começam a voltar. Com problemas. Muitas se enredaram nos seus véus e não conseguem arrumá-los. Ajudam-se mutuamente mas no seu nervosismo só pioram a confusão.
— Borboletas, ajudem aqui! — pede a professora.
Mas as borboletas não ouvem. As borboletas estão etéreas. As borboletas fazem poses, fazem esvoaçar seus próprios véus e não ligam para o mundo. A professora, com a ajuda de um coelhinho amigo, de uma árvore e de um camponês, desembaraça os véus das fadinhas.
— Piratas, parem! O próximo que der um pontapé vai ser anão.
Desastre: quebrou uma ponta da lua.
— Como é que você conseguiu isso? — pergunta a professora sorrindo, sentindo que o seu sorriso deve parecer demente.
— Foi ela!
A acusada é uma camponesa gorda que gosta de distribuir tapas entre os seus inferiores.
— Não tem remédio. Tira isso da cabeça e fica com os anões.
— E a minha frase?
A professora tinha esquecido. A lua tem uma fala.
— Quem diz a frase da lua é, deixa ver… o relógio.
— Quem?
— O relógio. Cadê o relógio?
— Ele não veio.
— O quê?
— Está com caxumba.
— Ai, meu Deus! Sol, você vai ter que falar pela lua. Sol! Está me ouvindo?
— Eu?
— Você, sim senhor. Você é o sol. Você sabe a fala da lua?
— Me deu uma dor de barriga.
— Essa não é a frase da Lua.
— Me deu mesmo, tia. Tenho que ir embora.
— Está bem, está bem. Quem diz a frase da lua é você.
— Mas eu sou caçador.
— Eu sei que você é caçador! Mas diz a frase da lua! Eu não quero discussão!
— Mas eu não sei a frase da lua.
— Piratas, parem!
— Piratas, parem! Certo?
— Eu não estava falando com você. Piratas, de uma vez por todas…
A camponesa gorda resolve tomar a justiça nas mãos e dá um croque num pirata. A classe unida avança contra a camponesa, que recua, derrubando uma árvore. As borboletas esvoaçam. Os coelhinhos estão em polvorosa. A professora grita:
— Parem! Parem! A cortina vai abrir. Todos em seus lugares. Vai começar!
— Mas, tia, e a frase da lua?
— “Boa-noite, sol”.
— Boa-noite.
— Eu não estou falando com você!
— Eu não sou mais o sol?
— É. Mas eu estava dizendo a frase da lua. “Boa-noite, sol.”
— Boa-noite, sol. Boa-noite, sol. Não vou esquecer. Boa-noite, sol…
— Atenção, todo mundo! Piratas e anões nos bastidores. Quem fizer um barulho antes de entrar em cena, eu esgoelo. Coelhinhos nos seus lugares. Árvores para trás. Fadinhas, aqui. Borboletas esperem a deixa. Margaridas, no chão.
Todos se preparam.
— Você não, margarida! Você é o coelhinho!
Abre o pano.


Em seguida conversamos sobre a data para o Seminário do PNAIC e acertamos que no dia 6/11 - próximo encontro decidiríamos se as apresentações serão em duplas, trios ou grupos maiores. A data prevista para o Seminário é 3/12, mas vamos aguardar a confirmação.

Continuamos as apresentações dos portfólios.
Nesse dia foi a vez da Professora Renata, da Professora Gilda e da Professora Mariane; cada uma apresentou um modelo diferente de portfólio, cada qual com seu valor. Muito legais.

A nossa orientadora fez alguns comentários sobre tipos de gêneros textuais: narração, exposição, argumentação e descrição.
Relembramos que gêneros são instrumentos históricos culturais disponíveis nas interações sociais: carta, email etc; exercem diferentes domínios.
Cada área do conhecimento há um predomínio de gêneros.
Por conta disso nos reunimos em duplas ou trios e realizamos as seguintes tarefas:

TAREFA PARA SALA/CASA

A sugestão foi para cada grupo efetuar a escolha de uma esfera ou campo do discurso dentre essas:
  1. Publicitária e escolar
  2. Jornalística
  3. Cientifica
  4. Cotidiano
  5. Artística
  6. Política
A partir da esfera escolhida, enumeramos possibilidades de gêneros para trabalharmos nas ditas esferas.
O meu trio ficou com a esfera científica e daí relacionamos os seguintes gêneros:
 dissertação de Mestrado, teses de doutorado e livre docência, artigos científicos, bulas de remédios, pesquisas e relatórios sobre experimentos, folhetos e cartazes educativos sobre doenças, etc.

A segunda atividade foi para listarmos os gêneros que trabalhamos em sala de aula e
àqueles que gostaríamos de trabalhar.
O meu trio  - 3º ano listou: contos de fadas, fábulas, poesia, Histórias em quadrinhos, textos informativos: notícias e contos de assombração.

Por fim nos foi dada uma tarefa para casa que consistiu em propormos uma atividade pensando em um gênero textual , de maneira que essa atividade pudesse contemplar os seguintes aspectos:

Oralidade
Leitura
Análise linguística e

Produção textual

Nesse momento fiz um comentário sobre uma atividade com o gênero "tirinhas de HQs", que tinha uma das questões sobre ortografia, aproveitando a fala  "elada" do personagem Cebolinha da Turma da Mônica. Nesse caso entraria os saberes dos " erres" com as respectivas regras.  
Esse comentário suscitou uma outra discussão sobre a variação linguística na oralidade que, penso não ter a ver  com a fala do Cebolinha.  Evidente que não podemos ignorar os regionalismos das falas, que existem no nosso país e, nem tão pouco que até uma de nós professora, pode carregar em sua fala uma certa variação. Com certeza precisamos alertar os nossos alunos sobre esse fato, de maneira que respeitem as  diferenças, principalmente na linguagem oral e que isso jamais seja otivo de preconceito em sala de aula.


                                                Vídeos sobre Diversidade Textual









RETOMADA DO ASSUNTO

Sempre no final das aulas costumo postar algum arquivo para aprofundar o tema, mas no caso de Gêneros Textuais já estamos aprofundando há algum tempo, uma vez que já lemos e relemos muitos textos. Mas mesmo assim resolvi postar esse slide por conter informações importantes ....

                                          Gêneros Textuais - resumo Profª Sevane





21ª AULA - DATA: 16/10/13

INICIANDO A CONVERSA

O nosso encontro continuou o assunto sobre gêneros textuais que havíamos começado. Retomamos a variedade de gêneros textuais utilizados em salas de alfabetização.
Nossa orientadora nos relembrou sobre os gêneros que são sugeridos nas Diretrizes para trabalharmos ao longo dos anos iniciais, de maneira que os alunos possam ampliar seus conhecimentos sobre a organização textual, recursos linguísticos,etc. É importante o aluno conhecer vários gêneros, até para saber as suas preferências de leitura e escrita.
Retomamos os últimos resultados da Provinha Brasil e, mais especificamente, o crescimento dos índices; fato que nos leva a crer que os alunos estão terminando o 2º ano com alguma autonomia de leitura.
Comentamos ainda sobre a avaliação para os 3ºs anos - ANA - Avaliação Nacional de Alfabetização que deve ocorrer ainda este ano.

Continuamos a  nossa rodada literária com a apresentação dos livros preferidos das professoras. E esses foram os últimos 3 livros escolhidos por nossas colegas de turma:



Alice - Vira virou : Ademar Lopes Junior


Marina - Ceci tem pipi ?: Thierry Lenain


Paula - A casa sonolenta : Audrey Wood.



Conversamos ainda a respeito do Seminário sobre o Curso que deverá ocorrer em breve. Mas ainda não temos detalhes de como irá funcionar.

Continuamos a apresentação dos portfólios e essa foi a minha vez de apresentar o  BLOG da Professora Te. O meu blog certo... Embora a apresentação tenha sido muito rápida, por conta do tempo, mas parece que as colegas curtiram!!!!

Voltamos a conversar sobre  Gêneros textuais...
E a dúvida que surge é sobre quais gêneros devemos trabalhar em cada ano da alfabetização. ??????????

                                               Vídeo sobre Gêneros textuais


E, em seguida, fizemos alguns comentários sobre esse vídeo tendo em vista as leituras que temos realizado sobre o assunto, já discutidas em aulas anteriores, surgindo alguns pontos chaves que foram apontados por nós, conforme o ano de escolaridade que estamos atuando, elencados a seguir:

Ano 1
Gêneros verbais - Pressuposto básico: “É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto.” (Marcuschi)
Não-verbais - Os textos que não veiculam a linguagem verbal,escrita, tendo, portanto, foco na linguagem nãoverbal, tais como:histórias em quadrinhos só comimagens,charges, pinturas, esculturase  placas de trânsitocompõem tal agrupamento.
A importância de apresentar diferentes gêneros
A leitura e a produção de gêneros
Temática- não-verbais
Desafio: artificialização do gênero
Historicizar o gênero
Apropriação da escrita e da leitura

Ano 2
Tipos textuais - categorias teóricas: narração, exposição, argumentação, descrição, injunção (procedimentais).
Gêneros textuais – fenômenos sociais, culturais e históricos. São mutáveis, relativamente estáveis, tem características especificas dependendo do gênero.
Qualidade do texto e do tema.

Ano 3
Organização em espiral no trabalho com gêneros
Dicursividade
A escola tem que selecionar os gêneros
Diagnóstico da turma
Como escolher os gêneros (quadro com os onze grupos)

TAREFA PARA SALA/CASA
Ficamos de montar uma tarefa para ser enviada até 30/10 , em dupla ou individual, tarefa esta que consiste na escolha de um gênero textual (pode ser usual ou algum que não costumamos trabalhar) e, a partir disso prepararmos atividades para trabalhá-lo, pensando em contemplar os seguintes  eixos: oralidade, leitura, produção e análise linguística.
Fomos ainda lembradas da elaboração e envio da Ficha do Perfil da Turma - uma para cada trimestre.

APROFUNDANDO O ASSUNTO:

Para aprofundarmos o assunto optei pela postagem da síntese da Unidade 5, feita pela nossa orientadora, por ano de escolaridade.

                                 Síntese dos cadernos da Unidade 5 - Gêneros



E ainda para quem desejar aprofundar mais um pouco a sugestão é:
 

                             Leitura do capítulo 2 do livro Diversidade textual                                                                               os gêneros na sala de aula.

20ª AULA - DATA: 02/10/13

INICIANDO A CONVERSA

Iniciamos a aula com a apresentação dos portfólios das professoras Silvia, Juliana, Isnary e Marcia.
 Foram muitas novidades nas apresentações; desde músicas, poesias, tirinhas, reflexões relembrando momentos únicos passados nas escolas  e, até um áudio que a professora trouxe para que ouvíssemos a leitura de uma aluna de educação especial.

Foram momentos bem agradáveis que tivemos a oportunidade de apreciar o trabalho das colegas e, sobretudo, conhecer um pouco mais de cada uma.
 
O que é interessante comentar em relação aos portfólios é que, cada professora utiliza uma estratégia diferenciada para o registro das informações e posterior apresentação. Nem todas são adeptas do mundo digital. Algumas delas ainda preferem a estrutura do portfólio sendo feita em uma pasta com as informações pessoais manuscritas, mas certamente completas. Umas  Umas mais sucintas outras mais detalhistas enfim,  todas postam uma amostra do seu trabalho, um pouco da teoria PNAIC e sua utilização na sala de aula, apontando inclusive conquistas, duvidas, recomeços, etc.

TAREFA PARA SALA

Em seguida, fizemos a partilha das leituras que mais gostamos com as referidas sinópses dos livros escolhidos. Fomos lendo e comentando uma a uma....

Silvia - Orgulho e preconceito: Jane Austen;
Rosa - As fabulosas Fábulas de Iauaretê: Kaka Wera Jecupe;
Mariana - Quem soltou o pum- Blandina Franco e José Carlos Lollo;
Crissie - Medo de Quê? -Flávia Cortês;
Márcia - Pinote o fracote e Janjão, o fortão - Fernanda Lopes de Almeida;
Carla - A sábia Sabiá- Eugênio de Britto Jardim;
Renata - Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado;
Antônia - A nuvenzinha chorona  - Daniele Marques;
Terezinha - O homem que contava histórias

Rosane Pamplona e Sonia Magalhães;
Juliana - Contos de Fadas - Maria Tatar;
Mariane - O patinho grudento - Steve Smallman;
Marli - Os três lobinhos e o porco mau - Eugene Trivizas;
Cristiane - Quando eu voltar a ser criança - Janusz  Korczac;
Maffê - A rua é livre - Kurusa;
Gilda - O grufálo - Julia Donaldson;
Isnary - Quando a mamãe virou Monstro - Joanna Harrison;

Escolhi este livro, dentre muitos que eu costumo ler para as crianças. Um dos motivos que mais atrai a criançada são as ilustrações - fáceis de desenhar. As mensagens também são interessantes - sempre temos algo a ensinar e a aprender. Todas elas nos levam a refletir e até se colocar no lugar do personagem. Geralmente após a leitura costumo escrever o texto coletivo através de algumas frases que eles vão ditando. O desenho faço na lousa, mas também deixo o livro circulando...
 
 
                                              
O Homem que Contava Histórias
 
                                                                         Autor: Rosane Pamplona
                                                                                       Ilustrador: sonia magalhães

                                                                                           Editora: Brinque-Book

 O  Homem que Contava Histórias é um livro que reune  20 contos que resgatam a tradição oral  de diversas etnias, dentre as quais :judaica, indiana, chinesa, persa, japonesa, italiana, russa, grega e  brasileira.
Trata-se de um livro envolvente e os enredos são fáceis de entender e fazer a reescrita. O desenho também tem a mesma leveza dos textos.É uma belíssima opção para os pais que querem contar aos filhos.
As histórias foram escritas em uma linguagem que agrada o publico infantil e, em sua maioria, privilegiam a esperteza. A harmonia entre texto e ilustrações complementa o cenário dessas histórias .
Observa-se ainda que, grande parte das narrativas contam histórias de reis, rainhas, heróis e, de alguma maneira fazem alusão aos sentimentos e ações do homem , tendo em vista os valores de uma dada sociedade.

O livro começa com um relato explicando que existia um homem que, cansado de ver as pessoas de sua cidade sempre tensas, angustiadas e tristes, resolveu fazer algo por elas. Como sabia de cor lindas histórias, sentou-se num banquinho no meio da praça e pôs-se a contar e a contar...
E assim o contador de histórias passava seus dias...
A princípio, algumas pessoas paravam para ouvi-lo, curiosas. Mas só ficavam um pouquinho, pois tinham muita pressa, seu tempo era curto!
Mesmo assim, o homem não desistia: todos os dias, punha o seu banquinho na praça e contava as suas histórias repletas de fantasia.
O tempo passou..
Um dia o contador de histórias narrava, para uma plateia inexistente, uma maravilhosa fábula quando um garotinho, puxando-o pela manga, interrompeu-o:
- Ei, tio! Será que você não percebeu que não tem ninguém ouvindo? Por que você insiste em contar essas histórias?
Então, o sábio homem respondeu:
- Olhe, meu filho, antes eu contava histórias pensando em mudar o mundo; hoje, eu conto histórias para que o mundo não me mude...

APROFUNDANDO O TEMA

Ficamos de ler para o próximo encontro os relatos de experiências da Unidade 5 - Cada professora lê a do seu ano. No meu caso Ano 3 - p. 12 a 28.
Após leitura, a proposta é para destacarmos as estratégias usadas pelas professoras em seus projetos, os gêneros trabalhados enfim, as etapas do projeto realizado com a turma.
Além disso, é para começarmos a ter ideias e até separar materiais diversos para quando entrarmos na Unidade 6, realizarmos um trabalho com sequência didática e projeto didático.
 
É para começarmos a preencher a FICHA DE PERFIL DA TURMA - uma para cada trimestre.

19ª AULA - DATA: 25/09/13

INICIANDO A CONVERSA

Leitura Deleite feita pela Silvia: Iguais, mas diferentes . Hardy Guedes


A nossa aula teve como tema central o trabalho com Gêneros Textuais em sala de aula .
Antes mesmo de iniciarmos a leitura do texto: Os gêneros em foco: pensando na progressão e na seleção dos alunos - Leila Nascimento da SIlva - Unidade 5, a nossa orientadora nos entregou vários pedaços de papel com trechos de um texto para cada uma de nós. Em seguida perguntou para cada uma que gênero textual tínhamos recebido? Por conta de algumas características específicas, algumas colegas acreditaram se tratar de uma carta, outras de um bilhete e outras ainda de um diário. No final a revelação - se tratava de um conto epistolar de Dalton Trevisan, denominado de : Ismênia, moça donzela, parte integrante do Livro "Quem tem medo de vampiro",desse autor, Editora Ática, SP, 2007.

TAREFA PARA SALA/CASA:

 Em seguida, fizemos a leitura em grupo do texto sobre Gêneros textuais - Ano 3 e destacamos alguns aspectos questionadores que julgamos significativos para esse momento:

1- “Por que tomar os gêneros textuais como objeto de ensino e aprendizagem?” E ainda mais: “Por que torná-los o foco central no ensino relativo ao componente curricular Língua Portuguesa?”
Porque as práticas de linguagem são mediadas por instrumentos culturais e históricos, ou seja, por gêneros textuaise se a escola investe no ensino dos gêneros estará facilitando a apropriação dos usos da língua.
 2- Em razão da multiplicidade de gêneros textuais existentes em cada sociedade, a escola não tem condições de ensinar todos eles num mesmo ano. Daí que surge a indecisão dos professores sobre quais gêneros escolher:
Não se trata dfe criar uma espécie de gradação dos gêneros e começar a estabelecer uma hierarquia entre eles, determinando quais devem ser explorados em cada ano.A proposta de Dols e Schneuwly (2004) é que esta progressão seja garantida por meio do aprofundamento dos objetivos didáticos. Asssim, um mesmo gênero pode ser trabalhado em anos/ciclos/ séries diferentes, mas com o passar dos anos essa abordagem deve ser cada vez mais complexa (aprendizagem em espiral).
 É preciso pensar problemas de linguagem de diferentes níveis de dificuldade que vão se aprofundando com o avançar da escolaridade. Tais problemas estariam relacionados às capacidades de linguagem: capacidades de ação (representação do contexto social, no qual a situação de interação está inserida), capacidades discursivas (estruturação discursiva dos textos) e capacidades linguístico- discursivas (escolha de unidades linguísticas) (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004).
 3- Para realizar um trabalho progressivo com gêneros o professor deve considerar os seguintes aspectos:
  • conhecer bem as habilidades que seus alunos já possuem e estabelecer quais as que deseja que ele saiba;
  • a escola precisa garantir a exploração da diversidade de gêneros textuais, uma vez que cada gênero proporciona diferentes formas de mobilização das capacidades de linguagem e, portanto, diferentes aprendizagens;
  • entretanto, como foi salientado, não seria necessário a aprendizagem de todos os gêneros, até porque as aprendizagens relativas a um gênero são transferíveis para outros, uma vez que existe semelhanças entre alguns gêneros, fato que facilita o plano de trabalho do professor.
4- Foi justamente pensando nesta progressão e nas semelhanças (e diferenças) entre os gêneros que resolveram agrupá-los em onze grupos.
Defendemos aqui, que, em todas as escolaridade, sejam realizados estudos sistemáticos, por meio de diferentes  formas de organização do trabalho pedagógico  (projetos didáticos, sequências didáticas, entre outras) de gêneros pertencentes a este onze agrupamentos. São eles:
 1) Textos literários ficcionais São textos voltados para a narrativa de fatos e episódios do mundo imaginário (não real). Entre estes, podemos destacar: contos, lendas, fábulas, crônicas, obras teatrais, novelas e causos. 
2) Textos do patrimônio oral, poemas e letras de músicas Os textos do patrimônio oral, logo que são produzidos têm autoria, mas, depois, sem um registo escrito, tornam-se anônimos, passando a ser patrimônio das comunidades. São exemplos: as travalínguas, parlendas, quadrinhas, adivinhas, provérbios. Também fazem parte do segundo agrupamento os poemas e as letras de músicas.
3) Textos com a finalidade de registrar e analisar as ações humanas individuais e coletivas e contribuir para que as experiências sejam guardadas na memória das pessoas Tais textos analisam e narram situações

vivenciadas pelas sociedades, tais como, as biografias, testemunhos orais e escritos, obras historiográficas e noticiários.

4) Textos com a finalidade de construir e fazer circular entre as pessoas o conhecimento escolar/científico. São textos mais expositivos, que socializam informações, por exemplo, as notas de enciclopédia, os verbetes de dicionário, os seminários orais, os textos didáticos, os relatos de experiências científicas e os textos de divulgação científica.

5) Textos com a finalidade de debater temas que suscitam pontos de vista diferentes, buscando o convencimento do outro Com base nos textos do agrupamento 5 os sujeitos exercitam suas capacidades argumentativas. Cartas de reclamação, cartas de leitores, artigos de opinião, editoriais, debates regrados e reportagens são exemplos de textos com tais finalidades.

6) Textos com a finalidade de divulgar produtos e/ou serviços - e promover campanhas educativas no setor da publicidade Também aqui a persuasão está presente, mas com a finalidade de fazer o outro adquirir produtos e/ou serviços ou mudar determinados comportamentos. São exemplos: cartazes educativos, anúncios publicitários, placas e faixas. 

7) Textos com a finalidade de orientar e prescrever formas de realizar atividades diversas ou formas  e agir em determinados eventos Fazem parte do grupo sete os chamados textos instrucionais, tais como, as receitas, os manuais de uso de eletrodomésticos, as instruções de jogos, as instruções de montagem e os regulamentos.

8) Textos com a finalidade de orientar a organização do tempo e do espaço nas atividades individuais e coletivas necessárias à vida em sociedade. São eles: as agendas, os cronogramas, os calendários, os quadros de horários, as folhinhas e os mapas. 

9) Textos com a finalidade de mediar as ações institucionais. São textos que fazem parte, principalmente, dos espaços de trabalho: os requerimentos, os formulários, os ofícios, os currículos e os avisos.

10) Textos epistolares utilizados para as mais diversas finalidades As cartas pessoais, os bilhetes, os e-mails, os telegramas medeiam as relações entre as pessoas, em diferentes tipos de situações de interação.

11) Textos não verbais: Os textos que não veiculam a linguagem verbal, escrita, tendo, portanto, foco na linguagem não-verbal tais como, as histórias em quadrinhos só com imagens, as charges, pinturas, esculturas e algumas placas de trânsito compõem tal agrupamento.

5- Mas, por que escolher, em cada ano, exemplares de gêneros de diferentes agrupamentos?         
 Primeiro, porque os agrupamentos buscam garantir que diferentes finalidades sociais de leitura e escrita sejam contempladas em sala de aula, por meio de um trabalho sistemático com gêneros variados.
 Segundo, ao explorarmos um gênero de um agrupamento, estamos proporcionando que determinadas operações de linguagem sejam desenvolvidas, ou seja, aquelas mais intimamente ligadas a um agrupamento e não a outro. Este aprendizado também contribui para que os alunos consigam lidar melhor com outros gêneros do mesmo agrupamento.
Por fim, um terceiro aspecto a ser levado em consideração é o fato de que há alunos com mais facilidade, por exemplo, na produção de textos com a finalidade de debater temas controversos; já outros podem ter mais habilidade em construir textos narrativos ficcionais. Se trabalharmos com gêneros pertencentes a um único grupo, os alunos com dificuldades de lidar com gêneros deste grupo poderão encarar o ato da escrita como um obstáculo constante, algo difícil de ser superado, desmotivando- -os para as outras aprendizagens. Porém, ao variarmos os gêneros, daremos oportunidades aos alunos para também mostrarem suas melhores habilidades e, assim, contribuímos para mantê-los motivados a
continuar seu processo de apropriação das práticas de linguagem. 

Combinamos de trazer para a próxima aula um livro que mais gostamos com a sinopse do mesmo.

APROFUNDANDO O TEMA

Leitura dos textos Unidade 5 - ano 1 e ano 2 - comentários

ANO 1: Dificuldade de trabalhar com gêneros literários e, ao mesmo tempo, dar conta que no final do ano os alunos estejam no nível de escrita alfabético.

ANO 2:  Destaque para a diferença entre gêneros textuais e tipos textuais. .


                                                Gêneros e Tipos Textuais




18ª A AULA - DATA: 19/09/13

INICIANDO A CONVERSA

O objetivo principal desta aula é postar a Tarefa 4  - sintese da Unidade 4

                                                TAREFA 5 - SINTESE UNIDADE
                                                                JOGOS PNAIC

Escolha um jogo da caixa do PNAIC, jogue com a sua turma e registre as dificuldades e facilidades observadas; poderá incluir fotos


             Os jogos em sala de aula além de propiciarem uma ótima interação social entre as crianças,  permitem que se trabalhe com o cumprimento de regras, o desenvolvimento da autonomia, do raciocínio lógico, da afetividade; além de ser uma maneira lúdica de trabalhar a  alfabetização.
            Cabe ao professor organizar a situação e selecionar os jogos que serão disponibilizados em função dos objetivos desejados. O professor atua com um mediador, que dinamiza do grupo. Lançar mão da bagagem cultural desses alunos e da disposição que eles têm para brincar com as palavras é uma estratégia que não podemos perder de vista, se quisermos um ensino desafiador, lúdico e construtivo. Assim, os jogos podem ser utilizados em um trabalho mais dirigido por parte dos professores, em situações de aula, como costumo utilizá-los, pelo uma ou duas vezes por semana. Ou ainda podem ser disponiblizados para que as crianças possam usar para brincar no horário do recreio ou em horários em que elas já tenham realizado as tarefas propostas pela professora.
            Através dos jogos ajudamos os alunos não apenas a entender a lógica da nossa escrita e a consolidar o que eles já têm aprendido, como também a aprender a lidar com regras e a participar em atividades grupais. Enfim, conduzimos bons momentos para que os alunos aprendam brincando ou, se quisermos pensar desse modo, brinquem aprendendo).
            Todos esses jogos que vieram na caixa do PNAIC são importantes à medida que auxiliam no processo de alfabetização e conseguem, de alguma maneira, despertar o interesse di aluno. Observamos que são divididos em três grupos:
 
- aqueles que inserem atividades de análise fonológica sem fazer correspondência com a escrita;

-  os que levam a refletir sobre os princípios do sistema alfabético, ajudando os alunos a pensar sobre as  correspondências grafofônicas;

-   os que ajudam a sistematizar as correspondências grafofônicas.

            Escolhemos a princípio 2 jogos, levando em conta o interesse demonstrado pelos alunos, sem nos preocupar muito com a hipótese de escrita que iríamos trabalhar; pelo menos num primeiro momento. Mas observamos que, aos poucos, as crianças se encaixaram exatamente nos jogos que continham o aprendizado de que estavam necessitando.
            Pelas fotos que iremos mostrar em seguida, observa-se que as crianças dividiram-se em razão até da quantidade permitida por jogo. Para isso o professor, inicialmente, orientou-os de como proceder e como iria funcionar este ou àquele jogo. Praticamente as crianças experimentaram todos, mas há sempre os que mais se identificam.
            A participação da estagiária da sala nesse momento foi muito significativo, uma vez que  ajudou e bastante nos grupos que  ainda não possuem autonomia para leitura e escrita.
            De todos os jogos o mais disputado foi  o BINGO DA LETRA INICIAL - um tipo de bingo bem interessante para essa turma, uma vez que permite a participação de um número elevado de crianças. As crianças mantiveram-se atentas, mantendo uma boa organização, respeitando as regras combinadas enfim, realizaram a atividade sem muito alvoroço.
            No caso desse jogo, observamos que tão logo ouviam a letra e um colega já se manifestava para completar a sua cartela, imediatamente os outros emudeciam e já esperavam para ouvir a próxima letra, evidentemente na expectativa de também conseguirem acertar.
            A maior dificuldade encontrada é por confundirem e trocarem letras com sonoridade semelhantes ex. F e V, C e Q e, tambérm, não conhecerem algumas figuras, isso só nas primeiras vezes que jogaram. Assim que se familiarizaram com as imagens já acertavam logo de primeira. Mas tiveram facilidade de reconhecer visualmente as letras que eram tiradas do saco e mostradas.
A maioria dos alunos possui um  raciocínio muito rápido. Poucos não conseguiram encaixar qualquer letra no começo da palavra.
             Outro Jogo escolhido foi o TROCA LETRAS.  Trata-se de um jogo com um grau de dificuldade maior. Os alunos precisam ter um nível de conhecimento sobre o sistema alfabético mais elaborado em relação a outros tipos de atividades, uma vez que, além de comparar as palavras, precisam segmentar a palavra e focar a sua atenção dentro da sílaba e trocar a letra, ou uma sílaba e assim modificar a palavra por outra.
            As palavras com 4 letras foram as mais fáceis de solucionar. Por exemplo troca-se a primeira letra da palavra PATO por R e forma-se RATO. Porém quando aumentavam as letras e a palavra era maior , a dificuldade aparecia nas trocas das letras com sons parecidos e no conjunto de duas vogais. Ex. BALEIA. Também tiveram dificuldades com palavras apenas de três letras como MEL, CÉU. Com palavras de quatro letras foram muito bem. Conseguiram trocar corretamente as consoantes conforme já disse antes.
             Um outro jogo bem interessante e que eles gostaram bastante de jogar em duplas foi o CAÇA RIMAS, jogo que também exige algum conhecimento do sistema alfabético pois, só assim você pode tentar fazer rimas. Uma maneira interessante para ajudá-los no começo foi colocar a disposição um banco de palavras para buscassem as palavras. Mas aí foram muito rápidos. A única dificuldade é que não conhecem algumas figuras. Não conseguem identificar alguns desenhos por falta de conhecimento. Por exemplo: rede. Não sabem o que é. Cafeteira. E outros utensílios.
            QUEM ESCREVE SOU EU foi significativo constatar que as crianças que mais gostaram são as que ainda não  escrevem com desenvoltura, mas ficaram bem interessadas em escrever.